terça-feira, 2 de outubro de 2018

Projeto Carlos Gomes no 5º Ano A




Os alunos do 5º ano A, período da manhã, desenvolveram o projeto e pesquisa - "Carlos Gomes: o campineiro mais talentoso do mundo"- , sobre a vida e obra do maestro e compositor campineiro Carlos Gomes sob a orientação da professora Karen Nunes.

Em duplas, confeccionaram cartazes e realizaram apresentações, socializando  com a turma as  informações que consideraram mais importantes.

Entramos em contato com algumas obras do compositor, com destaque para a ópera “O Guarani”.




 Antônio Carlos Gomes (Campinas, 11 de julho de 1836 — Belém, 16 de setembro de 1896) foi o mais importante compositor de ópera brasileiro. Destacou-se pelo estilo romântico, com o qual obteve carreira de destaque na Europa. Foi o primeiro compositor brasileiro a ter suas obras apresentadas no renomado Teatro alla Scala, em Milão, na Itália. É o autor da ópera O Guarani e patrono da cadeira de número 15 da Academia Brasileira de Música.



Teve o nome inscrito no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, em 26 de dezembro de 2017.

Carlos Gomes ficou conhecido por Nhô Tonico, apelido com o qual assinava até em suas dedicatórias. Nasceu numa segunda-feira, em uma humilde casa da Rua da Matriz Nova, na Cidade das Andorinhas. Foram seus pais Manuel José Gomes (Maneco Músico) e dona Fabiana Jaguari Gomes.

A vida de Antônio Carlos Gomes foi marcada pela dor. Muito criança ainda, perdeu a mãe, tragicamente assassinada aos vinte e oito anos. Seu pai vivia em dificuldades, com diversos filhos para sustentar. Com eles formou a Banda Musical de Campinas, onde Carlos Gomes iniciou seus passos artísticos e, posteriormente, substituiria seu pai na direção do grupo. Desde cedo revelou seus pendores musicais, incentivado pelo pai e, depois, por seu irmão, José Pedro de Sant'Ana Gomes, fiel companheiro das horas amargas.



É na banda do pai que Carlos Gomes, em conjunto com seus irmãos, executa as primeiras apresentações em bailes e em concertos. Nessa época alternava o tempo entre o trabalho numa alfaiataria, costurando calças e paletós, e o aperfeiçoamento dos seus estudos musicais.

Aos 15 anos de idade compôs valsas, quadrilhas e polcas. Aos 18 anos, em 1854, compôs a Missa de São Sebastião, sua primeira missa, repleta de misticismo. Na execução cantou alguns solos. A emoção que lhe embargava a voz comoveu a todos os presentes, especialmente ao irmão mais velho, que lhe previa os triunfos. Em 1857, compôs a modinha Suspiro d'Alma, com versos do poeta romântico português Almeida Garrett.

Ao completar 23 anos, já apresentara vários concertos com o pai. Ainda moço lecionava piano e canto, dedicando-se também com afinco ao estudo das óperas, demonstrando preferência por Giuseppe Verdi. Era conhecido também em São Paulo, onde frequentemente realizava concertos. Compôs o Hino Acadêmico, ainda hoje cantado pela mocidade da Faculdade de Direito de São Paulo. Aqui recebeu os mais amplos estímulos e todos, sem discrepância, apontavam-lhe o rumo da Corte, em cujo Imperial Conservatório de Música poderia aperfeiçoar-se. Todavia, Carlos Gomes não podia viajar porque não tinha recursos.



Dom Pedro II preferia que Carlos Gomes fosse para a Alemanha, onde pontificava o grande Wagner, mas a Imperatriz, Dona Teresa Cristina, napolitana, sugeriu-lhe a Itália.

A 8 de novembro de 1863, o estudante partiu a bordo do navio inglês Paraná, entre calorosos aplausos dos amigos e admiradores, que se comprimiam no cais. Levava consigo recomendações de Dom Pedro II para o Rei Fernando, de Portugal, pedindo que apresentasse Carlos Gomes ao diretor do Conservatório de Milão, Lauro Rossi. O jovem compositor passou por Paris, onde assistiu a alguns espetáculos líricos, mas seguiu logo para Milão.

Lauro Rossi, encantado com o talento do jovem aluno, passou a protegê-lo e a recomendá-lo aos amigos. Em 1866, Carlos Gomes recebia o diploma de mestre e compositor e os maiores elogios de todos os críticos e professores. A partir dessa data, passou a compor. Sua primeira peça musicada foi Se sa minga, em dialeto milanês, com libreto de Antonio Scalvini, estreada, em 1 de janeiro de 1867, no Teatro Fossetti. Um ano depois, surgia Nella Luna, com libreto do mesmo autor, levada à cena no Teatro Carcano.

Carlos Gomes já gozava de merecido renome na cidade de Milão, grande centro artístico, mas continuava saudoso da pátria e procurava um argumento que o projetasse definitivamente. Certa tarde, em 1867, passeando pela Praça do Duomo, ouviu um garoto apregoando: "Il Guarany! Il Guarany! Storia interessante dei selvaggi del Brasile!" Tratava-se de uma péssima tradução do romance de José de Alencar, mas aquilo interessou de súbito o maestro, que comprou o folheto e procurou logo Scalvini, que também se impressionou pela originalidade da história. E assim surgiu Il Guarany, que apesar de não ser a sua maior nem a melhor obra, foi aquela que o imortalizou. A noite de estreia da nova ópera, foi 19 de março de 1870.

Não há quem não conheça os maravilhosos acordes de sua abertura. A ópera ganhou logo enorme projeção, pois se tratava de música agradável, com sabor bem brasileiro, onde os índios tinham papel de primeiro plano. Foi representada em toda a Europa e na América do Norte.

O grande Verdi, já glorioso e consagrado, teria dito de Carlos Gomes, nessa noite memorável: "Questo giovane comincia dove finisco io!" ("Este jovem começa de onde eu termino!").



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