Os alunos do 5º ano A, período da manhã, desenvolveram o projeto e pesquisa
- "Carlos Gomes: o campineiro mais talentoso do mundo"- , sobre a
vida e obra do maestro e compositor campineiro Carlos Gomes sob a orientação da
professora Karen Nunes.
Em duplas, confeccionaram cartazes e realizaram apresentações,
socializando com a turma as informações que consideraram mais importantes.
Entramos em contato com algumas obras do compositor, com destaque para
a ópera “O Guarani”.
Teve o nome inscrito no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, em 26
de dezembro de 2017.
Carlos Gomes ficou conhecido por Nhô Tonico, apelido com o qual
assinava até em suas dedicatórias. Nasceu numa segunda-feira, em uma humilde
casa da Rua da Matriz Nova, na Cidade das Andorinhas. Foram seus pais Manuel
José Gomes (Maneco Músico) e dona Fabiana Jaguari Gomes.
A vida de Antônio Carlos Gomes foi marcada pela dor. Muito criança
ainda, perdeu a mãe, tragicamente assassinada aos vinte e oito anos. Seu pai
vivia em dificuldades, com diversos filhos para sustentar. Com eles formou a
Banda Musical de Campinas, onde Carlos Gomes iniciou seus passos artísticos e,
posteriormente, substituiria seu pai na direção do grupo. Desde cedo revelou
seus pendores musicais, incentivado pelo pai e, depois, por seu irmão, José
Pedro de Sant'Ana Gomes, fiel companheiro das horas amargas.
É na banda do pai que Carlos Gomes, em conjunto com seus irmãos,
executa as primeiras apresentações em bailes e em concertos. Nessa época
alternava o tempo entre o trabalho numa alfaiataria, costurando calças e
paletós, e o aperfeiçoamento dos seus estudos musicais.
Aos 15 anos de idade compôs valsas, quadrilhas e polcas. Aos 18 anos,
em 1854, compôs a Missa de São Sebastião, sua primeira missa, repleta de
misticismo. Na execução cantou alguns solos. A emoção que lhe embargava a voz
comoveu a todos os presentes, especialmente ao irmão mais velho, que lhe previa
os triunfos. Em 1857, compôs a modinha Suspiro d'Alma, com versos do poeta
romântico português Almeida Garrett.
Ao completar 23 anos, já apresentara vários concertos com o pai. Ainda
moço lecionava piano e canto, dedicando-se também com afinco ao estudo das
óperas, demonstrando preferência por Giuseppe Verdi. Era conhecido também em
São Paulo, onde frequentemente realizava concertos. Compôs o Hino Acadêmico,
ainda hoje cantado pela mocidade da Faculdade de Direito de São Paulo. Aqui
recebeu os mais amplos estímulos e todos, sem discrepância, apontavam-lhe o
rumo da Corte, em cujo Imperial Conservatório de Música poderia aperfeiçoar-se.
Todavia, Carlos Gomes não podia viajar porque não tinha recursos.
Dom Pedro II preferia que Carlos Gomes fosse para a Alemanha, onde
pontificava o grande Wagner, mas a Imperatriz, Dona Teresa Cristina,
napolitana, sugeriu-lhe a Itália.
A 8 de novembro de 1863, o estudante partiu a bordo do navio inglês
Paraná, entre calorosos aplausos dos amigos e admiradores, que se comprimiam no
cais. Levava consigo recomendações de Dom Pedro II para o Rei Fernando, de
Portugal, pedindo que apresentasse Carlos Gomes ao diretor do Conservatório de
Milão, Lauro Rossi. O jovem compositor passou por Paris, onde assistiu a alguns
espetáculos líricos, mas seguiu logo para Milão.
Lauro Rossi, encantado com o talento do jovem aluno, passou a
protegê-lo e a recomendá-lo aos amigos. Em 1866, Carlos Gomes recebia o diploma
de mestre e compositor e os maiores elogios de todos os críticos e professores.
A partir dessa data, passou a compor. Sua primeira peça musicada foi Se sa
minga, em dialeto milanês, com libreto de Antonio Scalvini, estreada, em 1 de
janeiro de 1867, no Teatro Fossetti. Um ano depois, surgia Nella Luna, com
libreto do mesmo autor, levada à cena no Teatro Carcano.
Carlos Gomes já gozava de merecido renome na cidade de Milão, grande
centro artístico, mas continuava saudoso da pátria e procurava um argumento que
o projetasse definitivamente. Certa tarde, em 1867, passeando pela Praça do
Duomo, ouviu um garoto apregoando: "Il Guarany! Il Guarany! Storia
interessante dei selvaggi del Brasile!" Tratava-se de uma péssima tradução
do romance de José de Alencar, mas aquilo interessou de súbito o maestro, que
comprou o folheto e procurou logo Scalvini, que também se impressionou pela originalidade
da história. E assim surgiu Il Guarany, que apesar de não ser a sua maior nem a
melhor obra, foi aquela que o imortalizou. A noite de estreia da nova ópera,
foi 19 de março de 1870.
Não há quem não conheça os maravilhosos acordes de sua abertura. A
ópera ganhou logo enorme projeção, pois se tratava de música agradável, com
sabor bem brasileiro, onde os índios tinham papel de primeiro plano. Foi
representada em toda a Europa e na América do Norte.
O grande Verdi, já glorioso e consagrado, teria dito de Carlos Gomes,
nessa noite memorável: "Questo giovane comincia dove finisco io!"
("Este jovem começa de onde eu termino!").
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